Pra quem gosta de brincar

Estava saindo do carro, quando o vi. Confesso que tentei ser indiferente, mas de longe ele me lançou um meio sorriso e eu retribuí. E então eu saí, dei uma volta, sentei num lugar e descontraí com minhas amigas, afinal, até então eu não conhecia o meio termo da felicidade.

Quando passei pelo mesmo lugar novamente, lá estava ele, sozinho, enquanto seu amigo tentava algo com as meninas da mesa ao lado. Ele me deu um sorriso, e eu retribuí novamente. Minha amiga estava no banheiro, e eu também estava sozinha. Ele deu dois passos em minha direção, mas hesitou quando seu amigo percebeu o que acontecia e lhe puxou para o lado dele. Foi então que uma das meninas da mesa segurou sua mão, e lhe disse algo ao pé do ouvido. Me perguntei o que eu ainda fazia ali, e fui procurar a minha amiga.

A noite fluiu intensa com os amigos, a diversão, e o que mais viesse.

No dia seguinte, recebo um e-mail dele com a seguinte mensagem:
"Pra onde você foi ontem? Estou com saudades. Se quiser, a gente marca alguma coisa num dia desses aí sem que ninguém perceba, afinal, acho que você já percebeu que ninguém nos quer mais juntos. Desculpe-me por qualquer coisa, espero sua resposta. Um beijo, daquele que sempre te amou."

Um sorriso se esboçou no meu rosto, afinal, eu já conhecia aquelas palavras já havia tempo. Mas já não me abalavam mais, blindei minha armadura com diamante. E quando enfim respirei e consegui acreditar que aquilo havia realmente se repetido, respondi:
"Enquanto você aprende a nadar, eu já virei peixe grande. Não caio mas na isca de pescadores como você. Eu sou sereia, eu atraio pra morte."

E então ele nunca mais apareceu, e nem aparecerá.